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Mar Yela

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Revista Time Out

05-07-2011 00:00

 

Um novo bar para gente queer

Fotografia, instalação, álcool e trintões. Bruno Horta explica qual a receita do Sweet Bar, um novo espaço no Bairro Alto. Fotografias de Ana Luzia.

Pequeno, branco, compacto e modernaço. É assim o Sweet Bar, inaugurado há menos de um mês na Rua da Atalaia. Ainda é cedo para dizer qual o tipo de público que ali vai com mais frequência, mas o gerente diz receber muito bem o público gay e lésbico – que, aliás, tem estado em maioria.

Além de bar pretende ser uma galeria de arte, com peças para venda, claro. “Queremos organizar exposições de fotografia e instalações artísticas, sobretudo, mas também tenho alguns contactos com escritores que gostava de convidar”, explica Ricardo Cunha, proprietário e gerente. “Julgo que ainda esta semana será possível inaugurar a nossa primeira exposição, da autoria de Marina Yela, com a coordenação do marchand Carlos Estêvão. É uma exposição de fotografia, com pormenores de cidades de todo o mundo.”

Ricardo Cunha tem 36 anos, é advogado, nunca foi noctívago e está agora, por causa do novo negócio, a interessar-se pela movida do Bairro Alto. “Desde há um ano que andava a amadurecer a ideia de abrir um bar, mas só agora a concretizei. Sabia que queria juntar as duas coisas, arte e noite, e penso que funcionam muito bem.”

Antes de se chamar Sweet Bar, foi Bar do Desassossego (funcionou durante poucos meses) e antes disso era uma loja de roupa. Agora não concorre com a “rua cor-de-rosa” do Bairro Alto (a Rua da Barroca) mas tem interesse na clientela LGBT lisboeta. “O objectivo nunca foi criar um espaço especialmente dirigido ao público gay, mas até agora a experiência mostra que o convívio entre homo e heterossexuais tem funcionado muito bem”, diz o gerente. “Sei que às vezes as pessoas passam na rua e, se percebem que os ambientes são mais assim ou mais assado, não entram. Por enquanto, isso não tem acontecido aqui e ainda bem. É um bar aberto à cidade, não é propriamente um gueto.”

Em termos de idades, Ricardo Cunha tem detectado sobretudo pessoas de 30, 40 anos. “Que já vivem a noite de forma menos efusiva”, refere.

A Time Out visitou o Sweet Bar numa quarta-feira à noite e o movimento era pouco. Talvez porque seja recente, talvez porque os noctívagos, nos dias que correm, só gastam às sextas e sábados.

A luz é muita ao início da noite e vai baixando ao longo das horas. As empregadas são muito simpáticas e não se zangam com quem quiser fumar lá dentro. Se além de tomar um copo à porta, como é de norma no Bairro Alto, quiser fazer o aquecimento pré-Frágil ou pré-Trumps, encontra uma “modesta pista de dança” na cave do bar. Às quintas, sextas e sábados tocam DJ The Wav e DJ Derick. A música, diz Ricardo Cunha, começa de forma calma, às sete da tarde, e é capaz de ir à house e ao techno por volta das 3 da manhã. “Depende de quem estiver aqui, vamos sempre adaptando a música à vontade dos clientes.”

Sweet Bar. 960 367 756. Rua da Atalaia, 52. Ter-Qui, 19.00/02.00; Sex-Sáb, 19.00/03.00.

terça-feira, 5 de Julho de 2011