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Mar Yela

E-mail: marina.yela@gmail.com

 

 

 

 

Revista Cultura on line

18-06-2012 16:29

https://www.culturaonline.net/exposicoes/calendario/eventos/74971-quimeras.html

Quimeras

  • QUANDO : 16 Jun 2012 a 28 Jul 2012
  • ONDE : Inter-Atrium Arte Contemporânea, Porto
  • HORAS ESPECTÁCULO : De Segunda a Sexta: 15H - 20H | Sábado: 11H - 13H e 15H - 20H
  • Género : Fotografia
  • Quem :Mar Yela
  • Ano : 2012
  • Morada:
    • Inter-Atrium Arte Contemporânea
    • Av. Boavista, 3041
    • 4100-136 Porto
  • Telefone : 226155295
  • E-mail :

interatrium@gmail.com

 

A crescente simplicidade que a tecnologia trouxe como contributo, ao mundo da fotografia, permitindo a qualquer amador a possibilidade de tirar fotografias bonitas, incluso curiosas e interessantes, não deve, porém, fazer-nos perder a perspectiva, verdadeiramente artística e criativa, desta disciplina.



A fotografia não é uma arte casual, exige saber olhar, esquadrinhar a realidade com olhos perspicazes para descobrir aquilo que passa despercebido aos demais. Não se trata de captar os típicos motivos “pitorescos” em si mesmos, paisagens de postal, mas sim aquelas pequenas coisas, impregnadas de uma poesia simples, do quotidiano. Nesta exposição a autora demonstra por um lado um inato sentido da composição, da cor, da harmonia e, sobretudo, uma sensibilidade fora do comum para captar essa outra realidade que se oculta à maioria dos olhares.

A degradação da matéria, as texturas do desgaste, o óxido, a erosão, o mofo, as gretas... esse microcosmos resultante do passar do tempo a que nem as coisas nem nós somos imunes e que contem uma poesia em si mesmo que, Mar Yela, soube realçar, em cada instantâneo, com delicadeza para além de um “refinado” sentido estético. Paredes descascadas, graffitis meio apagados, reflexos na água...são tratados como fragmentos de aparência abstracta, singularmente pictóricos; a autora joga com o paradoxo de mostrar-nos como abstractos os retalhos de uma realidade hiper-concreta, assim demonstrando a não existência de algo tão abstracto quanto a realidade que nos circunda, e que, em qualquer caso, tudo depende da nossa percepção.

Estas imagens convidam-nos a olhar, a enxergar, sem distinções pré-concebidas, entre realidade e abstração. Trata-se, simplesmente, de contemplar e de sentir.

Raquel Medina de Vargas
Doutorada em História de Arte
Critico de arte membro da AICA